Entre os Muros da Escola


UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Centro de Educação a Distância
Pólo de Sobradinho – DF
Curso: Pedagogia
Disciplina: Projeto Multidisciplinar




PROJETO MULTIDISCIPLINAR









Sobradinho/DF
Fundamentos Sociológicos da Educação

INTRODUÇÃO

O portfólio, ora apresentado pela equipe, visa desenvolver a pesquisa independente e colaborativa, o autoaprendizado sistemático dos pressupostos teóricos da Sociologia da Educação, como forma de auxiliar no desenvolvimento de competências requeridas aos acadêmicos do curso de Pedagogia, bem como os previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais para a aplicação de tais teorias e conceitos como forma de solução de problemas práticos relativos à profissão.
A importância desse estudo se deu quanto à ampliação do raciocínio lógico, à crítica e à reflexão, bem como à emancipação intelectual de futuros professores.
A finalidade desse portfólio é registrar o olhar crítico da equipe sobre a educação e percorrer os novos caminhos na trajetória da Sociologia da Educação.
No âmbito intelectual, percebe-se que estudiosos ofertaram ao campo da Sociologia teorias e questionamentos a se confrontarem com o funcionalismo predominante até então. E é partindo desse estudo que a equipe desenvolve suas reflexões e posturas sobre o que deve ser a educação moderna e a sala de aula contemporânea. Tais estudos nos apresentam o campo da Sociologia da Educação numa aproximação estreita como cenário políticoinstitucional no qual se insere.
Nesse estudo, aborda-se que a crítica pós-moderna nos apresenta a mudança de fronteiras para a cambiante natureza das formações sociais e de classes das sociedades capitalistas pós-industriais para a crescente transgressão das fronteiras entre a vida e a arte, alta cultura e culturas populares, cultura popular, imagem e realidade, conforme Giroux (1993, p. 42).
Nas considerações finais dessa pesquisa, apresenta-se a visão do paradigma moderno, menos marcado pela visão do interior da escola e a busca de suas especificidades, particularidades e visualização do aluno como ser movido por sentimentos e emoções.





JUSTIFICATIVA

            Justifica-se a realização desse portfólio, apresentando as reflexões da equipe e o resultado do estudo que tem muito a contribuir para a compreensão do educando e do ser humano contemporâneo, sob a perspectiva dos estudos realizados, a partir do pensamento dos autores clássicos na área das ciências humanas.
            Pretende-se, por outro lado, demonstrar que a educação pode ser um meio privilegiado de emancipação e de transformação social, além de ser um instrumento que capacita o homem a determinar seus caminhos, autogerenciar-se no presente e traçar metas futuras.
            Justifica-se um especial destaque desse portfólio para o filósofo Foucault, comprometido com o tempo e a história. Ele nos apresenta uma visão que, por si só, justificaria esse estudo, de que a história é sempre uma composição de elementos heterogêneos, considerando que a verdade histórica tem muitas arestas, não é uma figura torneada.
            Conforme a genealogia de Foucault, numa sala de aula considerada moderna e atual, muitas vezes ainda ocorre certas práticas chamadas de “disciplina”, e que não são mais que “adestramento”.
            A visão da equipe é ressaltar a realidade do referido estudo e a justificativa de estudar as teorias e, a partir destas, tirar nossas próprias conclusões.
            Conforme as práticas de subjetivação e as informações até mesmo subliminares, numa escala, pode-se afirmar que tais práticas interferem nas formas pelas quais nos tornamos sujeitos.
            Procurou a equipe comentar as teorias, em especial a de Foucault, à luz do que refletiu o pensamento filosófico, principalmente a respeito dos epistemos e do homem como objeto de saber.
            Tal pesquisa e seu arquivamento, nesse portfólio, visam fundamentar o trabalho docente, levando os acadêmicos a reconhecerem e respeitarem as manifestações e necessidades físicas, cognitivas, emocionais e afetivas dos educandos, individualmente e coletivamente, para compreender e melhor cuidar.



DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PELA EQUIPE

Após estudos realizados individualmente pelos componentes da equipe e realizadas as reflexões, bem como o estudo compartilhado de forma colaborativa, identificamos que a Sociologia é uma ciência e, como tal, tem como foco o estudo das relações entre as pessoas. Sabe-se que as pessoas pertencem, originalmente, a uma determinada comunidade ou a diferentes grupos, e tais grupos formam sociedades.
Nesse sentido, a equipe procurou analisar, em seus estudos, os aspectos relacionados às origens e ao desenvolvimento do campo científico da Sociologia da Educação, usando como parâmetro duas perspectivas. Inicialmente sob a perspectiva da Sociologia como um processo intelectual e, posteriormente, as pesquisas abordaram a Sociologia como fenômeno histórico-social.
Vale ressaltar que a Sociologia é uma ciência que pertence ao grupo das ciências sociais e humanas, cujo objeto de estudo centra-se na análise dos fenômenos da interação entre os indivíduos, suas formas internas de estrutura, a saber, as camadas sociais, a mobilidade social, os valores, a formação/criação de instituições, suas leis e normas de convivência. Tal estudo engloba, paralelamente, os conflitos e as formas de cooperação advindas das relações sociais.
Compartilhando o aprendizado, a equipe identificou com os estudos sobre o tema, tendências teórico-metodológicas de prestígio quanto ao campo de estudo da Sociologia da Educação e percebeu suas relações como contexto político-social, visto que procurou priorizar, nesta pesquisa, aspectos relacionados com as mudanças em sua função social que foram absorvidas pela escola com o passar dos anos.
Os sociólogos, em suas pesquisas, observaram que há fenômenos que se repetem nas interações sociais e, baseando-se nesse pressuposto, elaboram suas teorias sobre os fatos sociais. Tais estudos utilizam métodos que envolvem técnicas qualitativas (descrição detalhada de situações e comportamentos) e quantitativas (análise estatística).




HISTÓRICO DA SOCIOLOGIA

A Sociologia surgiu, no século XVIII, como disciplina de estudo sobre as conseqüências de dois grandes acontecimentos. Um foi a Revolução Industrial e o outro foi a Revolução Francesa, ambos causaram profundas transformações econômicas, políticas e culturais no contexto da sociedade da época.
A análise da construção de tais conhecimentos baseia-se num processo articulado aos contextos sociais sem nenhuma noção de algo novo.
O termo Sociologia foi utilizado, inicialmente, pelo filósofo francês Auguste Comte em seu curso de Filosofia Positiva, em 1838, que foi uma mera tentativa de unificar os estudos relativos ao ser humano, aos estudos de História, Psicologia e Economia.
No início do século XX, vários estudiosos de diferentes países interessavam-se pelos estudos sociológicos. Na França, o já mencionado Comte propunha uma história social do conhecimento; Durkheim e seus seguidores, entre os quais o principal foi Marcel Manss, estudaram a origem social de categorias fundamentais ditas representações coletivas; historiadores como Marc Bloch e Lucien Febre, do mesmo modo, produziram suas reflexões igualmente importantes a respeito das mentalidades coletivas. A corrente sociológica positivo-funcionalista foi fundada por Comte e, mais tarde, foi amplamente desenvolvida por Emile Durkheim.
Nos Estados Unidos, Veblen também interessou-se pela Sociologia do Conhecimento e afirmou que, dentro de determinados grupos sociais, o conhecimento é considerado verdade universal, embora se deva reconhecer seu alcance e método relacionado aos hábitos de vida de cada grupo.
Outros importantes sociólogos foram alavancas de conhecimento muito válidos e importantes com suas correntes sociológicas. E, portanto, outro país que se destacou quanto aos estudos sociológicos foi a Alemanha com Karl Marx, Max Weber, Max Sheber e Karl Mannheim. Eles diziam que as ideias são socialmente formadas por visões de mundo ou estilos de pensamentos.
Portanto, por meio de tais estudos, deve-se fazer vinculações entre as tendências e identificar perspectivas em relação aos indivíduos e as sociedades, e a criação de novas relações locais e globais, desta feita, novas formas de interação social, entre outros aspectos.

REFLEXÕES SOBRE A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Devem-se destacar as contribuições valiosíssimas, determinando até mesmo alguns limites da Sociologia da Educação por Pierre Bourdieu. A equipe analisou, em seus estudos, as reflexões do referido autor sobre a relação entre herança familiar (sobretudo cultural) e desempenho escolar. Abordou também suas teses sobre o papel da escola na reprodução e legitimação das desigualdades sociais, visto que nenhuma educação é neutra.
Bourdieu teve o mérito de formular, a partir dos anos 60, uma resposta original, abrangente e bem fundamentada, teórica e empírica para o problema das desigualdades escolares, e é importantíssimo que acadêmicos de Pedagogia estudem tais teorias e reflitam sobre as mesmas.
Vale ressaltar que, nos anos 60, houve uma crise profunda da concepção de escola, que se tinha até então, e uma reinterpretação radical do papel dos sistemas de ensino na sociedade, e quanto ao papel e ao peso da origem social sobre os destinos escolares.
c propôs, diante de tantas “anomalias” do paradigma funcionalista, uma verdadeira revolução científica. Suas teorias pareciam explicar, num primeiro momento, tudo o que as outras teorias não conseguiam explicar.
Sustentavam suas teorias na frustração dos jovens das camadas médias e populares, diante das falsas promessas do sistema de ensino que só promoviam desigualdades.
É impressionante o sucesso da Sociologia da Educação com o advento das teorias de Bourdieu. Passados quase 40 anos da publicação de Les Heritiers, sua primeira obra dedicada à educação, ainda se mantém viva e inspirando novos trabalhos.
Bourdieu também especificou, em seus estudos de Sociologia da Educação, as peculiaridades das questões de herança cultural familiar e a superação de um dilema clássico do pensamento sociológico do qual se estabelece oposição entre subjetivismo e objetivismo.
Para ele, o indivíduo é um ator socialmente configurado em seus mínimos detalhes (socialmente construído). E diz que a ação das estruturas sociais se dá de dentro para fora, e não o inverso.
Pode-se identificar inúmeras contribuições da Sociologia para a educação, visto que dizer que a Sociologia da Educação estuda os fenômenos educacionais é redundância. A saber, Nelson a) relaciona a educação como processo social global que ocorre em toda a sociedade; b) os sistemas escolares, sua estrutura e sustentação como parte do sistema social mais global; c) a escola como unidade sociológica; d) a sala de aula com subgrupo de alunos; e) o papel do professor.
Neste estudo, identificou-se as influências sociais envolvidas na atividade educativa, os processos de interação na escola e as influências exercidas pela sociedade, por grupos, na educação.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, os conhecimentos sociológicos permitem uma discussão acurada de como as diferenças étnicas, culturais e regionais não podem ser reduzidas à dimensão socioeconômica de classes sociais, mas como forma de ambas se retroalimentarem.


O FILME: ENTRE OS MUROS DA ESCOLA – LAURENT CONTET

François Bégandean, o autor do livro, é um dos personagens do filme, o professor, e é também professor na vida real. Seus alunos têm o perfil de alunos do subúrbio de escolas francesas, mas se assemelham a alunos de subúrbios de outros países, até mesmo o Brasil. Talvez seja este fato que dê verossimilhança ao filme.
O filme tem o roteiro e direção de Laurent Contet, baseado no livro homônimo de François Bégandean, que interpreta o professor François Morin. Embora de baixo orçamento, o filme foi um sucesso de público e de crítica, tanto na França quanto em outros países. Foi vencedor da Palma de Ouro em Cannes.
O filme coloca as pessoas dentro objetivamente de uma sala de aula e representa o retrato da França atual. Trata-se da história de um professor, o François Morin, que leciona para o Ensino Médio, numa escola do subúrbio de Paris. Retrata sua relação com os alunos, sua luta ao ensinar, as dificuldades da relação dos alunos entre si e com o professor.
A turma é heterogênea, estudantes das mais variadas origens e diferentes interesses. Já o professor é de origem francesa, vindo do ensino iluminista e tentando conciliar interesses e ensinar literatura e artes ocidentais. O desafio do professor é promover a interatividade e a inclusão das diferenças.
REFLEXÕES DA EQUIPE SOBRE O FILME

Considerando o enredo, o filme, e estabelecendo uma analogia com o contexto da vida real das personagens, justifica-se o sucesso de bilheteria (público) e crítica.
A maioria das personagens, principalmente os alunos, tem o mesmo nome na vida real. A personagem principal, o professor François Morin, é na vida real François Bégandean; só muda o sobrenome e, com algumas exceções, como o Souleymane que, na vida real, tem o nome de Fanck Kelta e a maioria dos professores.
Há um especial destaque na história do aluno Souleymane que é irritante, brigão e indisciplinado, o que o tornaria aparentemente perigoso. Entretanto, com o desenrolar do enredo, percebe-se que ele não é assim e o autor coloca-nos não apenas diante de verdadeiros alunos, professores e sala de aula, porém num cenário com formato, pela segurança da direção e pela fotografia que é realizada (com uma câmera de mão), mas de um enredo instigante, interessante e verdadeiro, com decupagem forte e tempo certo para cada cena.
Ele desenvolve a história do referido aluno como bom filho, responsável por muita coisa em casa, com uma família unida, mas como todas as famílias, com problemas. O estudante encontra-se em conflito entre a cultura dentro de casa e de fora, e a falta de identificação com ambas, motivando sua perturbação, frustração e levando-o a negar tudo.
Considerando o supramencionado, o filme, apesar de ser ficção, é quase um documentário com tamanha fidelidade à realidade observada pelo autor. O filme leva-nos a reavaliar nosso sistema educacional e os paradigmas do mundo atual que ainda persiste num modelo de educação e de mundo atrasados, caretas, sem perspectivas e castrador. Causou espanto, chocou a equipe a cena em que a aluna de François chega a ele, depois de ter passado o ano na sua turma e diz: “Eu não aprendi nada esse ano. Nada me interessou e nada me interessa. Não quero ser nada quando crescer”. Isso foi assustador, entretanto sabemos quantos alunos ditos “difíceis” têm esse conflito existencial e gostariam de dizer o mesmo?
O filme leva a questionar o que fazer para chamar a atenção de alunos assim. Qual deve ser o formato da escola moderna?
O autor do livro e consequentemente o roteirista do filme ambos foram de enorme inteligência e sutileza ao abordar o tema e propiciou o pensar, que é o que de melhor pode nos provocar um filme, mas como acadêmicos de pedagogia, pensar é pouco, o filme de nos propicia rever paradigmas, estudar diferentes formas de mudar o espaço escolar, inserir a escola no contexto da sociedade da informação e transformar as informações em conhecimento pela mediação eficiente  de professores educados conscientes de seu papel de despertar o interesse e a criatividade dos educandos com aulas contextualizadas com a realidade e significativas para os alunos. Este filme nos traz a questão de saber o que se faz necessário para sustentar um projeto de trabalho pedagógico com pessoas que se sintam à margem de um determinado padrão cultural e por este motivo sofrem limitações cognitivas e afetivas.
Conforme Paulo Freire a educação deve ser emancipadora e cabe a professores e alunos enfrentar o desafio de se refazerem buscando outras referências para definir a si mesmos e aos seus interesses.
François não é tolerante e “bonzinho”, mas assume o propósito ético de, circulando pelas questões disciplinares, construir o respeito que os alunos demandam, para além de suas óbvias dificuldades e até bizarrices. Ele vai ao limite da ousadia e deixa aos alunos a possibilidade de devotarem a ele pequenas injustiças. No filme, há enquadramentos que fogem do estilo maniqueísta com as emoções à flor da pele em que todos estão no mesmo patamar, e o professor, inclusive, que é sempre surpreendido pelas irreverências dos alunos e se vê obrigado a construir suas respostas no “calor do jogo”, seja errando ou acertando.
Entre o documentário e a ficção, na sala de aula e nos “bastidores” (conversas dos professores sobre estratégias de sustentação das leis e convenções da escola), há a mensagem silenciosa aos mestres, e são eles que dão vida à sala de aula, e é a vida, em última instância, que justifica qualquer projeto ético.
A força da última cena do filme demonstra a afinação de Contet com a ideia  que perpassa o enredo de ponta a ponta: o que justifica o trabalho de um professor, e a razão de existir tal profissão, é o aluno com suas provocações e peculiaridades.
As contribuições da Sociologia da Educação, no cotidiano escolar e no contexto da sociedade atual, são inúmeras, mas a de Pierre Bourdieu foi fornecer as bases para um rompimento com a ideologia, o pensamento existente sobre o dom e o mérito pessoal, visto que, a partir dos seus estudos, tornaram-se insustentáveis as teses de diferenças naturais entre os indivíduos. O quadro que ele forneceu não se limitou a análises particulares (famílias, indivíduos, escolas e professores), e assim pintou um quadro macrossociológico de análises das relações entre o sistema de ensino e a estrutura social vigente.
A equipe considera que o estudo exige análises mais detalhadas e um estudo minucioso do contexto do habitat e dos “hábitos” familiares, bem como diferenças sociais entre as famílias e contextos de escolarização. Cada professor deve analisar a sua realidade, e os cursos de Pedagogia devem promover este estudo com os acadêmicos.
Os professores não podem simplificar os problemas existentes ou tentar minimizá-los, sob pena de criar maiores problemas e não ajudarem os seus alunos a se desenvolverem.
Não se deve, conforme a Susamita, partir da reflexão utilizando apenas o senso comum, mas com o auxílio de uma pesquisa sociologicamente fundamentada em entender que as desigualdades sociais podem ser compreendidas através da análise das relações e dominações entre as classes, determinando previamente o sucesso ou o fracasso dos indivíduos. Sabe-se que a existência da pobreza pode ser compreendida a partir do estudo detalhado das relações de produção, consumo e exploração da mão-de-obra e de uma classe sobre a outra.
A equipe, ao realizar uma retrospectiva histórica, compreendeu que o empobrecimento de alguns setores sociais no capitalismo e neste mundo globalizado decorre, muitas vezes, da apropriação privada dos meios de produção, dificultando a ascensão social da maioria da população e refletindo-se nas relações estabelecidas no espaço escolar.
Existem diferentes discursos que acusam como causa de empobrecimento de grande parte da população mundial a escolha pelo “imperialismo” de políticas econômicas errôneas e equivocadas (discriminatórias). Entretanto não devemos nos omitir e como educadores podemos fazer a nossa parte ao conscientizar os educandos e fazer do ato de educar uma alavanca de emancipação humana.
Como já foi dito anteriormente, nenhum ato educativo é neutro e “nos tornamos responsáveis” pela forma como agimos e interagimos no referido contexto.



Imagens com novas formas de organização do espaço escolar

Na sala de aula, fazendo uso de diferentes recursos de aprendizagem e transformando-a num espaço lúdico privilegiado, pode ser utilizado como um meio muito rico para resgatar e promover o funcionamento harmonioso do sujeito. Na escola, as pessoas passam grande parte do seu tempo, fazem amizades, angustiam-se e refletem seus anseios. Portanto, os espaços diversificados na sala de aula funcionam como um recurso fundamental para a inclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem. Porque com a ajuda desses recursos e espaços, e um projeto pedagógico eficiente, podem ser trabalhadas as habilidades e competências de cada aluno que interage, manipula materiais e constrói seus conceitos.
Deve-se avaliar (diagnosticar), de forma global, o nível de desenvolvimento dos alunos e propor atividades desafiadoras conforme os estágios existentes na turma, considerando que ensinar é uma vivência de experiências, interações e trocar (e mediar) e levam tais experiências, a criança a progredir e enriquecer suas diferentes etapas evolutivas (conforme Piaget).
Através do portfólio, o professor instala um diálogo com cada aluno e seus registros acadêmicos. De acordo com Hernandez (2000, p. 116), o portfólio é: “[...] um continente de diferentes tipos de documentos (anotações pessoais, experiências de aula, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, conexões com outros temas fora da escola, representações visuais etc.) que proporcionam evidências do conhecimento que foram sendo construídas, as estratégias utilizadas para aprender e a disposição de quem o elabora para continuar aprendendo.
Objetivos: - Aprender a aprender; - Aprender a conhecer; - Aprender a aprender fazendo; - Levantar hipóteses, buscando alternativas de soluções;                         - Vislumbrar o universo da pesquisa; - Desenvolver o gosto pela leitura; - Propiciar o registro, a análise e o acompanhamento das ações cotidianas no diário de aprendizagem.
O ambiente escolar lúdico e que promove o alfabetismo e o letramento torna-se um meio de convívio social e de lazer, portanto um fator influente no desenvolvimento da capacidade moral do aluno, visto que este buscará integrar-se mais com as pessoas à sua volta, promovendo de forma crítica e reflexiva a elaboração de seus conceitos e assumindo-se como sujeito emancipado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mais valioso legado da pesquisa que deu origem a este portfólio foi permitir a reflexão sobre inúmeras possibilidades e perspectivas criadas para a aproximação ente a Sociologia e a Educação. O referido estudo levou a equipe a compreender como se estruturam as nossas condutas (e também a dos nossos educandos) no complexo contexto social, para que o educador possa desenvolver uma postura crítica que se traduza em ações autônomas na vida dos educandos, no meio social e na abrangência do campo educacional.
O foco desse estudo estruturou-se na importância da construção coletiva, sem a qual não existe a Sociologia. Conclui-se que a Educação deve sim ser tema da Sociologia, visto que educar é, ao mesmo tempo, conserv ação de valores e promoção de mudanças na sociedade. Mesmo considerando que as preocupações de Comte, Durklein, Marx Weber, Norbert Elias, Theodor Adorno, Pierre Bourdieu e Michel Foucant não sejam voltadas exclusivamente para a educação, os estudos destes sociólogos nos permitiram extrair novos paradigmas para nossa práxis.
O canéario atual da educação requer uma nova postura por parte dos educadores, enfim dos professores. Estes devem ser mediadores e orientadores do processo didático, possibilitando assim o ir e vir entre o conceitual e o cotidiano (contextualizando), entre os exemplos e as teorias (para que sejam significativos para os educandos), entre as polêmicas e o consenso, mas refletindo sempre.
Neste estudo, procurou-se reunir diferentes autores e ideias de nossos clássicos, oportunizando aos acadêmicos do curso de Pedagogia uma compreensão dos modos de educar, da importância da Sociologia da Educação para fundamentar ideias e formar o pensamento do educador e analisar o que os pensadores fundamentais da Sociologia escreveram e que ainda são muito importantes na sociedade atual, que mistura tradição e inovação.
Partindo de tais pressupostos, auxiliar os educandos no desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao mundo moderno.





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