O Oráculo da Alma
Na última reflexão que escrevi, falei da relação entre o "eu" e o "mundo exterior". Nesta, tentarei verbalizar as minhas elucubrações sobre o "mundo interior" e o "eu".
Sei que alguns pessoas são descrentes, mas eu estou absolutamente convicto com base na minha Fé e, também, por razões racionais (minha formação acadêmica é na área de ciências exatas e é na racionalidade que apoio minhas crenças) na existência de Deus, único, e no Seu plano de criação do universo.
Esclarecido esse ponto, começo a minha descrição afirmando que todos os filhos de Senhor foram ungidos com as Suas bênçãos. Ele, ainda, nos presenteou com um "mundo interior" (ou o Homem Interior) para que pudéssemos abrigar a nossa alma.
De fato, estou falando do mundo imaterial, segundo a concepção de Santo Agostinho que em seu livro "O Mestre" disse: “não vá fora, entra em ti mesmo: no homem interior habita a Verdade". Essa afirmação é encontrada, com outras palavras, no Livro Sagrado em [Efésios, 3, 16]: “Cristo habita no homem interior”.
É no seu mundo interior, portanto, que todo homem deve procurar as suas respostas, porque a Verdade não vem de fora. Tudo o que nos é exterior serve apenas para que tenhamos a vida do nosso corpo, que é efêmero e passa com o tempo por uma inexorável deterioração. Contudo, todo crescimento espiritual que conseguimos durante a vida, fica eternizado no nosso mundo interior.
A faculdade de evoluir nos sinaliza que devemos cuidar do nosso mundo interior, para que isso aconteça da melhor forma possível. E como podemos realizar essa tarefa? Transformando o nosso mundo interior em um "Templo Interior". Essa transformação se dá passo a passo, a cada dia, com a construção meticulosa das suas colunas que devem estar apoiadas nos alicerces dos ensinamentos do Pai.
É deveras fundamental ornamentar o nosso Templo Interior, porque ele é um lugar sagrado, onde temos o privilégio de conversar com Deus. Como bem disse Santo Agostinho: [“Comunica-se” com Deus através da oração: a forma de encontrar Deus em nós é através da oração do «homem interior»; a oração é puro silêncio, ausência de Verbo, como a Lua Nova é ausência de Luz].
No Templo Interior é inócua a mentira, se no mundo exterior transigimos com a verdade, no Templo Interior jamais podemos cometer essa blasfêmia. Ainda citando Santo Agostinho: "A oração faz-se em «quartos fechados», na mente, local onde se ofertam sacrifícios: o sacrifício é a renúncia à sua própria luz, para que possa brilhar a Luz da Verdade".
O Templo Interior é o nosso "Oráculo da Alma", assim, a forma mais sincera de se reverenciar ao Senhor é ofertando para Ele um belo Templo Interior. Importante, também saber, o nosso "eu exterior" pode ser um reflexo do nosso Templo Interior
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