POR QUE E COMO INTERAGIR?


      
O ensino em EAD deverá ser transformador, procurando superar desafios e ir além do que hoje é apresentado para nós. É preciso que alunos e professores busquem informações nos diversos ambientes e meios tecnológicos e comparem com a realidade em que vivem. Que busquem nos antigos espaços da sala de aula, alternativas para analisar e discutir dados coletados visando ir além da informação. Domando, orientando suas reais necessidades de pesquisas e de aprendizagem. Informações não mais percebidas como verdades absolutas, mas analisadas a partir de um senso crítico com o objetivo de construção coletiva dos conhecimentos que irá auxiliar na aprendizagem diferenciada de cada indivíduo.
            Na EAD, a partir da manipulação tátil, os sentidos da emoção, a intuição, o insight, precisam estar presentes nos debates e nas reflexões de acordo com o interesse e a sensibilidade dos interlocutores. Como diz Levy (1994, p. 129),


[...] as mudanças das ecologias cognitivas devidas, entre outros, à aparição de novas tecnologias intelectuais ativam a expansão de formas de conhecimento que durante muito tempo estiveram relegadas a certos domínios, bem como o enfraquecimento de certo estilo de saber, mudanças de equilíbrio, deslocamentos de centro de gravidade.           
           

Nesse enfoque, não resta apenas cobrarmos dos alunos a aquisição de conhecimentos operacionais para poder desfrutar das possibilidades interativas com as tecnologias. O impacto que esta causa reflete de maneira ampliada sobre a própria natureza do que se julga ciência e do que é conhecimento socialmente construído e válido. Exige-se uma reflexão profunda de nossa parte, sobre a educação e o ensino produzido, sobre as formas de avaliação da aprendizagem e sobre o processo pedagógico que é desenvolvido.
            A utilização das tecnologias em EAD orienta para o uso de uma proposta diferente de ensino, com possibilidades que apenas iniciamos a visualizar, a exemplo o ambiente Second Life, que pedagogicamente é superior a qualquer recurso síncrono ou assíncrono. As experiências com o Second Life ainda estão engatinhando quando falamos em EAD, as instituições ainda não utilizam esta ferramenta e as que utilizam não o fazem de maneira plena, talvez em decorrência de dificuldades do próprio programa, seu peso, etc.
Na utilização das tecnologias em EAD, é necessário ter a preocupação em não adaptar as formas tradicionais de ensino aos novos equipamentos tecnológicos e vice-versa. Novas tecnologias e velhos hábitos de ensino não combinam. É preciso pensar para qualquer modalidade de ensino seja presencial ou a distância que tipo de educação se deseja desenvolver, que tipo de alunos pretendemos formar e que tipo de tecnologias irão se enquadrar na proposta educativa da instituição de ensino. Segundo Kenski (2008), é preciso considerar que as tecnologias – sejam elas novas (como o computador ou a internet) ou velhas (como o giz e a lousa) – condicionam os princípios, a organização e as práticas educativas e impõem profundas mudanças na maneira de organizar os conteúdos, as formas como serão trabalhadas e acessadas as fontes de informação, e os modos, individuais e coletivos, como irão ocorrer as aprendizagens.    
Cada tecnologia é mais apropriada para um determinado tipo de aprendizagem e desaconselhável para outros. É necessário, sobretudo, que os professores se sintam confortáveis para utilizar esses novos auxiliares didáticos. Estar confortável significa conhecê-los, dominar os principais procedimentos técnicos para sua utilização, avaliá-los criticamente e vislumbrar novas possibilidades pedagógicas partindo da integração desses meios com o processo de ensino. A filosofia que deve ser pensada para orientação e preparação docente para o uso das tecnologias baseia-se no entendimento de que “preparar para o uso” é preparar para trabalhar com as tecnologias, sem nenhum outro tipo de apoio para que utilizem esse novo meio para revolucionar o ensino. O início deste processo de preparação como já descrito anteriormente, de preferência deve ocorrer nas licenciaturas e nos cursos de pedagogia.

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